segunda-feira, 23 de março de 2009

Os 15 primeiros dias

Chegando em casa da maternidade, com meus dois amores: ainda inchada e sem noção do que me esperava pelos próximos dias.

Para mim, os 15 primeiros dias de vida do Aharon foram os mais difíceis. Acho que não só para mim, mas para todo mundo que é mãe de primeira viagem. Você está vivendo um experiência diferente de tudo que já experimentou. Um mix de sentimentos e sensações em alta dosagem: Está com o corpo cansado, afinal acabou de passar por um parto normal (que por mais tranquilo que tenha sido, não deixa de ser uma situação de cansaço extremo, que pede descanço ao corpo); com os seios machucados (eu sei que nem todas passam por isso, glória a Deus!, mas eu sofri muito! Mais abaixo volto a falar!); com dúvidas sobre como cuidar do filho; com medo do desconhecido; com o corpo ainda estranho (o bebê saiu, mas ainda tem barriga, como assim??? rs); com sono, querendo por tudo descansar; sem forças nem para pentear o cabelo; ainda tem que dar total atenção a um bebê que chora, chora e chora...

Enfim! Eu me senti muito esgotada. Costumava dizer que parecia que tinha sido atropelada, o que não deixou de ser verdade. Só que fui atropelada pelas emoções. rs. Me olhava no espelho e só via uma mulher lotada de olheiras (eu, que sempre lutei contra elas!), descabelada, que passava o dia de pijama. rs. Depois disso, passei a entender perfeitamente a dica que sempre me deram de não se visitar mamães e bebês antes dos 15 primeiros dias. Agora, entendo perfeitamente e digo mais: É um verdadeiro crime isso! Imagina tudo que eu escrevi aí em cima. Imaginou o estado em que eu estava? Agora, tente imaginar que no meio de tudo isso eu ainda ter que me preocupar em me arrumar, dar uma geral na casa (tudo bem que a Cida me ajudava com isso), trocar de roupa, pentear o cabelo, providenciar um lanche porque a visita vai chegar? É muita maldade! Você não tem vontade de ver ninguém na tua frente (exceto, maridão, quando é maridão e paizão mesmo, como o meu e mammys. No máximo, irmãos e cunhadas)!

Mas, voltando ao tema, eu acho que no hospital as enfermeiras podiam/deviam dar uma orientação e nos preparar para o que nos espera após a alta. Eu, por exemplo, lembro de ter chegado em casa pela manhã e, à tarde, minha cunhada perguntar: "Eveline, que horas você trocou a fralda dele?". Eu: "Fralda? Ih, tem que trocar, né? De quanto em quanto tempo?". rs. Parece engraçado, mais imagine só como uma coisa tão simples pode passar despercebida. Agora, e as outras dúvidas? O umbigo? Meu Deus, eu tinha pavor só de pensar em aquilo cair na minha mãe e, como minha mãe previu, caiu na minha mão mesmo (mais pra frente conto). E a hora do banho? Eu: "Cuidado, amor, não pode entrar água no ouvido". Ele: "É mesmo? Por que?". Eu: "Ah, eu li em algum canto que dá dor no ouvido". Pronto! Pânico geral na hora de lavar a cabeça! rs.

Muitas coisas, mãe e sogra ensina, mas a maioria delas você vai aprendendo sozinha, na marra! Até porque cada um diz uma coisa e você fica doida. Então, acabei optando por tentar fazer do meu jeito e fui pegando o jeito.

Antes de qualquer dificuldade, para mim, tudo teve um peso maior por causa do problema que tive com o início da amamentação. Fiz até um post, na época, contando sobre isso. Leia aqui. Meu Deus! Como doeu meu peito. Eu chorava, gritava, mordia a toalha, chutava o sofá, apertava o Alessandro... Fazia de tudo para tentar amenizar aquela dor e nada!

Por causa desse problema, esse início dificultou um pouco meu relacionamento com o Aharon, tadinho. Porque como ele era bebezinho, tinha que mamar toda hora e só de olhar para ele com aquela cara de pidão, eu lembrava da dor e me dava vontade de chorar. Tentava fazer com que ele dormisse ou se distraisse sem ter que mamar, mas não adiantava e o círculo de choro e dor recomeçava. Às vezes, nem minha mãe aguentava ficar por perto. Ela morria de pena de mim.

Eu pensava: "Meu Deus eu só quero dormir e não consigo! Eu estou morta de cansada, cheia de dor e o meu bebê não pára de chorar! Isso nunca vai acabar? Minha vida era tão boa antes, será que não vou voltar a me divertir, a sair...?". Aí, dava uma choradinha no colo do meu marido e ele não entendia nada! rs. Perguntava o que eu queria que ele fizesse para amenizar meu sofrimento. Um amor! Me ninava e dizia: "Calma, amor! Vai passar, vai passar!".
E passou!
No próximo post, "Voltando a viver". rs

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