sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Confissões de mãe

Imagem do Google e de famoso e-mail que circula há algum tempo

"Certo dia, dois anos atrás, a produtora de cinema americana Romi Lassaly chegou em casa cansada do trabalho. Um dos filhos estava doente e sujou o quarto todo de vômito na hora de ir para a cama. Estafada, Romi resolveu que não limparia nada – e foi dormir. O cão da família lambeu a sujeira. No dia seguinte, ela confessou o que fizera a uma amiga. Daí surgiu a idéia de criar um site em que mães pudessem extravasar sentimentos geralmente inconfessáveis sobre a maternidade. O True Mom Confessions (em português, “confissões verdadeiras de mães”) recebe hoje 2 milhões de Page views por mês e virou um livro com tiragem (impressionante) inicial de 100 mil exemplares".

Esse trecho, retirei de uma matéria publicada na Época, em abril deste ano. Fiquei chocada, achei nojento, mas confesso que achei engraçado e curioso ao mesmo tempo. Não que concorde. Acho que ela exagerou, mas sabe que eu a entendo? Não acho que teria coragem de dormir e deixar a melequeira lá, mas de repente é porque eu ainda só tenho um filho (hehehehe!).

No texto, ainda são destacadas outras confissões de mães:

“Na próxima vez em que eu estiver descansando e minha filha gritar que quer água, vou pegar, mas antes vou cuspir no copo!”.

“Tenho inventado uma história mais rápida para que o livro que leio à noite para minha filha acabe logo. Ela demora demais para dormir!”

“Às vezes, eu preferiria ser mãe solteira. Aí eu não precisaria contar com marido algum e não ficaria deprimida por ele não me ajudar. Eu não quero que meu filho cresça como o pai. Egoísta, centrado nele mesmo e um zero nas tarefas dosmésticas”

“Ser mãe engorda!”

Calma! Calma! Não concordo com todas elas, principalmente com a do copo de água (arght!), mas acho super válido as mães terem um espaço para exporem o lado não tão cor-de-rosa da maternidade.
Ou vocês acham que a gente acha tudo lindo? rsrsrs. Ou você acha que eu não fico cansadona depois de chegar do trabalho e ficar andando atrás do Aharon sem descansar? Ou você acha que eu acho legal só poder jantar às 22h, quando ele dorme, mesmo que esteja morrendo de fome? Ou você acha que eu não sinto vontade de ficar de bobeira no sofá ou ainda de assistir um filme, depois de um dia de intenso trabalho?
Isso tudo não significa que amo menos meu filho, que sou uma péssima mãe, que ele não seja a delícia da minha vida, nem blá, nem blá, nem blá. Apenas quer dizer que mães são seres de carne e osso. Ou seja, elas se cansam, sentem fome, ficam estressadas e, às vezes, têm vontade de estar em outro lugar naquele momento, igual a todo mundo. Não, não tem nada de errado com isso. É NORMAL. A diferença é ter coragem de admitir coisas que para as outras pessoas soa UM ABSURDO.

Aqui no Brasil, as meninas do Mothern já fazem algo semelhante e muito divertido. Até comprei o segundo livro delas "As 500 melhores coisas de ser mãe", já que o Mothern não tô achando.

Enfim, pessoal! Isso tudo é para dizer que não vale a pena levar tudo muito a sério. Mamães, não se culpem, chega de culpa! A gente já se culpa por tanta coisa: por trabalhar fora, pelo neném que tá resfriado, por não ter tempo suficiente para os filhos....
Se estiver chateada, fale, coloque para fora, relaxe, descontraia, fale sobre suas dificuldades e viva. As coisas se tornam mais fáceis quando você aprende a rir delas (e de si mesma!).

Por fim, a repórter pergunta a autora do livro: O que é seu uma boa mãe?. Ela diz: “Simplesmente não existe um padrão. Ser uma boa mãe é fazer o que se pode fazer, sem pressionar a si própria na direção de um modelo ridículo e inatingível”. Perfeito! Amei!

E vocês? O que acham?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tô viva!

Meus tesouros!
Adorando mexer com a grama e o barro!

Delícia de sorriso!

Mamãe toda prosa

Tio Paulinho na bagunça

É chegado num pandeiro! rs

Concentrado na TV


Ei pessoal!

Tô viva!

O Aharon tá cada dia mais lindo, esperto e independente! Já nasceu dois dentinhos, ele já anda por todos os lados, se apoiando nas coisas, faz besourinho, chama "vô", "au-au" e procura pipa e passarinho no céu. Continua uma simpatia, graças a Deus! Está pesando 11.870kg e já dorme praticamente a noite toda, mas do meu ladinho! Tantas coisas aconteceram, mas como todo mundo diz: "Passa muito rápido!". É verdade! Tudo bem que o primeiro e segundo mês demoraaaammmm a passar, mas depois, o tempo voa!

Segue fotinhas recentes do meu lindo, que fez 10 meses segunda-feira!

Bjnhs

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Não é fácil

Já se passaram 8 meses e alguns dias que o Aharon nasceu. A minha ideia era escrever aqui a medida que as coisas fossem acontecendo, mas vocês não tem ideia de como é corrida a vida das mães. Parece que é uma frase só para justificar a ausência, mas é a mais pura verdade.
Trabalho a 75km da minha casa. Saio às 6h30 e chego às 18h30. Isso mesmo! Passo 12 horas longe do meu filho. Quando chego em casa, a única coisa que quero é ficar com ele, beijá-lo, abraçá-lo, curti-lo ao máximo. São tão pouquinhas horas que não me permito fazer outra coisa além de paparicar o Aharon. Além disso, quando chego ainda vou dar banho nele (ele toma banho comigo), mamadeira, colocar para dormir...
Sempre conto com a ajuda do meu maridão, que é nota 1000, e da minha mãe, mas mesmo assim as coisas mais simples, como arrumar uma gaveta, separar papéis, lavar o cabelo (sim! porque depois de lavar tem que escovar!), trocar aquela roupa que não ficou bem, ou ainda, fazer unha ou sobrancelha, tornaram-se missões complicadíssimas.
Deixo para o final de semana, e ainda sim não consigo. Tenho que fazer escolhas. Escovar o cabelo ou arrumar o guarda-roupa? Fazer a unha ou ir trocar o sapato? Ir no ensaio ou trocar o oléo do carro? Soma-se a isso o fato do Aharon ainda acordar umas duas vezes por noite. É tão difícil e cansativo. Vai me dando uma agonia acumular coisas para fazer... Ainda mais quando olho para as mãos e estão horríveis e o cabelo sujo! Ai, me sinto horrorosa!
Decidi que ficar reclamando não vai resolver, nem muito menos ficar me sentindo coitadinha. Ajuda é o que preciso. Vou tentando me organizar, administrar melhor o tempo (se é que é possível), delegar mais... Nem sempre consigo. Passei algumas semanas sem saber o que era uma manicure e quase um mês sem fazer a sobrancelha (já estava quase me candidatando ao papel do lobisomem!).
Combinei com uma cabeleireira para fazer meu cabelo em casa, à noite, uma vez por semana. Assim, sobra mais tempo no final de semana para o Aharon. Também combinei com a manicure, mas ela não faz unha legal (me machucou!). Vou tentar conseguir outra.
E, assim, vou levando

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Como irritar uma grávida

Eu, aos 7 meses de gestação!

Costumo dizer que o mundo trata muito bem as grávidas. Pelo menos, comigo era assim. As pessoas sorriam para mim na rua (gente que eu nunca tinha visto antes!), eram gentis, prestativas, educadas. Em resumo: Me mimavam mesmo, e eu amava. Achava uma delícia receber tanta atenção e cuidado.
Porém, independente do estado em que nos encontramos, sempre temos que lidar também com gente mal-educada, indelicada e sem noção. Graças a Deus, encontrei pouquíssimas pessoas assim na minha gestação, mas, conversando com outras grávidas e lendo sobre o assunto, descobri cada coisa absurda que resolvi listar para vocês.
Portanto, se você não quiser irritar uma grávida, nunca, jamais, em tempo algum, faça perguntas ou comentários como:

1) "Puxa! Você engordou bastante, né?".
Dá vontade de dar um soco no meio do rosto de uma pessoa que fala isso. Sugestões de resposta: "O que você tem a ver com isso?". Outra: "Vai arrumar o que fazer!". Por fim: "Me deixa em paz!".

2) São dois? Por que você tá imensa!
Gente, o pior é que tem gente que fala isso! Graças a Deus não ouvi, mas se fosse comigo... Responderia algo como: "Não. São 10!". "Por que quer saber? Vai comprar o enxoval?". "Pelo menos, para mim ainda tem jeito, afinal posso emagrecer depois da gravidez e você??? (ótima! hehehe)".

3) Tá ficando rechonchuda, hein?
"Não! Estou grávida. Só isso".

4) Vi uma foto sua na internet e fiquei assustada em ver como engordou.
"É mesmo? Poxa, pensei que você tinha mais o que fazer do que ficar fuxicando minha vida na net". Outra: "Pois é. Também estou assustada em como você envelheceu nos últimos tempos. Está passando por algum problema?" hehehehe.

5) Quantos quilos você engordou?
Curta e direta: "Não é da sua conta".

6) Tá inchadona, né?
Ai, cansei.

etc, etc, etc.

Se, pelo contrário, quiser deixar o dia da gestante mais feliz, diga:

1) Meu Deus! Você está magrinha, só engordou a barriga!
(amaaavvvaaa essa!!! rsrsrs)

2) Como você está linda grávida!
Resultado: sorrisos, auto-estima elevada e muita alegria.

3) Poxa, se eu fosse você, ficava grávida todo ano, porque está ótima!
Você é muito gentil. Muito obrigada (com carinha corada! rs).

4) Você é a grávida mais linda do mundo!
Essa, geralmente, sai da boca do marido e é recompensada com muitos beijinhos. rs.

Ah, e quando a grávida perguntar: "Tô muito gorda?". Sempre responda: "Que nada! Você só está grávida, uma linda grávida!". Não custa nada e alegra o dia.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A companhia ideal

Ela me ensinando a dar banho no Aharon

Não sei se já ouviram, mas muita gente diz que mesmo que você não saiba nada de maternidade e cuidados com o bebê, quando você tem um filho vai saber o que fazer na hora. Bem, isso para mim é uma meia-verdade. Não sei se para os outros funciona, mas acredito que só se aplica lá para os 20 primeiros dias de vida do baby. No meu caso, não sei o que faria se não tivesse minha mãe nesse momento. Ela foi mega-ultra-importante na minha adaptação com o Aharon. Era ela que me acalmava, que fazia carinho em mim, que levantava de madrugada (o meu maridão também) para ficar ao meu lado, me dava comida na boca (frutinhas picadinhas, banana amssada), me dava afago, carinho e segurança. Era ela que me tranquilizava dizendo que tudo ia passar, que eu estava me saindo muito bem, que me ensinou como dar banho, como cuidar do umbigo, com uma segurança e calma, que me fazia pensar que era fácil. Ela não ficava me botando medo, sabe? Tipo: "Ai, cuidado com isso". "Ai, eu não sei fazer isso"... Não! Ela simplesmente pegava, fazia e pronto!
Ela também fazia de tudo para que eu pudesse descansar. Pegava o Aharon e só me fazia acordar de madrugada (quase toda hora) quando tinha certeza de que era fome. Teve até uma noite que ela levou o Aharon para dormir no colchão com ela, para que eu pudesse dormir mais um pouco.
Além de tudo isso, como uma mulher sábia e experiente, ela sabia que certas horas, sorrir era o melhor remédio. Por isso, nas altas horas da madrugada, quando eu estava cansada, com dor nos seios, com sono e tendo que amamentar, e que não tinha mais nada que ela pudesse fazer para aliviar a minha dor, ela saia com uma história engraçada, com uma brincadeira, para me fazer rir. E eu ria e esquecia por um momento daquilo tudo.
Por isso, quando as pessoas dizem que a gente só dá valor aos pais quando tem filho, é verdade. Mas no meu caso, não é porque passei por toda essa trabalheira e dificuldade. Não. Passei a dar muito mais valor pelo que ela fez por mim quando eu mais precisei. Ela me colocou em seu colo, me ninou, me fez lembrar que eu ainda era uma filha e, o mais importante, me ensinou a ser mãe.
Na hora de decidir quem vai ficar com você, escolha alguém que te passe tranquilidade, confiança, segurança e carinho. É disso que você mais precisará. Uma pessoa insegura, medrosa, que critica tudo o que você faz e que se apavora a qualquer chorinho do bebê, só vai te deixar ainda mais angustiada e vai atrapalhar sua adaptação. Nesses casos, é melhor ficar sozinha com o baby.

Acabada de cansada, no sofá, coitada!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Os 15 primeiros dias

Chegando em casa da maternidade, com meus dois amores: ainda inchada e sem noção do que me esperava pelos próximos dias.

Para mim, os 15 primeiros dias de vida do Aharon foram os mais difíceis. Acho que não só para mim, mas para todo mundo que é mãe de primeira viagem. Você está vivendo um experiência diferente de tudo que já experimentou. Um mix de sentimentos e sensações em alta dosagem: Está com o corpo cansado, afinal acabou de passar por um parto normal (que por mais tranquilo que tenha sido, não deixa de ser uma situação de cansaço extremo, que pede descanço ao corpo); com os seios machucados (eu sei que nem todas passam por isso, glória a Deus!, mas eu sofri muito! Mais abaixo volto a falar!); com dúvidas sobre como cuidar do filho; com medo do desconhecido; com o corpo ainda estranho (o bebê saiu, mas ainda tem barriga, como assim??? rs); com sono, querendo por tudo descansar; sem forças nem para pentear o cabelo; ainda tem que dar total atenção a um bebê que chora, chora e chora...

Enfim! Eu me senti muito esgotada. Costumava dizer que parecia que tinha sido atropelada, o que não deixou de ser verdade. Só que fui atropelada pelas emoções. rs. Me olhava no espelho e só via uma mulher lotada de olheiras (eu, que sempre lutei contra elas!), descabelada, que passava o dia de pijama. rs. Depois disso, passei a entender perfeitamente a dica que sempre me deram de não se visitar mamães e bebês antes dos 15 primeiros dias. Agora, entendo perfeitamente e digo mais: É um verdadeiro crime isso! Imagina tudo que eu escrevi aí em cima. Imaginou o estado em que eu estava? Agora, tente imaginar que no meio de tudo isso eu ainda ter que me preocupar em me arrumar, dar uma geral na casa (tudo bem que a Cida me ajudava com isso), trocar de roupa, pentear o cabelo, providenciar um lanche porque a visita vai chegar? É muita maldade! Você não tem vontade de ver ninguém na tua frente (exceto, maridão, quando é maridão e paizão mesmo, como o meu e mammys. No máximo, irmãos e cunhadas)!

Mas, voltando ao tema, eu acho que no hospital as enfermeiras podiam/deviam dar uma orientação e nos preparar para o que nos espera após a alta. Eu, por exemplo, lembro de ter chegado em casa pela manhã e, à tarde, minha cunhada perguntar: "Eveline, que horas você trocou a fralda dele?". Eu: "Fralda? Ih, tem que trocar, né? De quanto em quanto tempo?". rs. Parece engraçado, mais imagine só como uma coisa tão simples pode passar despercebida. Agora, e as outras dúvidas? O umbigo? Meu Deus, eu tinha pavor só de pensar em aquilo cair na minha mãe e, como minha mãe previu, caiu na minha mão mesmo (mais pra frente conto). E a hora do banho? Eu: "Cuidado, amor, não pode entrar água no ouvido". Ele: "É mesmo? Por que?". Eu: "Ah, eu li em algum canto que dá dor no ouvido". Pronto! Pânico geral na hora de lavar a cabeça! rs.

Muitas coisas, mãe e sogra ensina, mas a maioria delas você vai aprendendo sozinha, na marra! Até porque cada um diz uma coisa e você fica doida. Então, acabei optando por tentar fazer do meu jeito e fui pegando o jeito.

Antes de qualquer dificuldade, para mim, tudo teve um peso maior por causa do problema que tive com o início da amamentação. Fiz até um post, na época, contando sobre isso. Leia aqui. Meu Deus! Como doeu meu peito. Eu chorava, gritava, mordia a toalha, chutava o sofá, apertava o Alessandro... Fazia de tudo para tentar amenizar aquela dor e nada!

Por causa desse problema, esse início dificultou um pouco meu relacionamento com o Aharon, tadinho. Porque como ele era bebezinho, tinha que mamar toda hora e só de olhar para ele com aquela cara de pidão, eu lembrava da dor e me dava vontade de chorar. Tentava fazer com que ele dormisse ou se distraisse sem ter que mamar, mas não adiantava e o círculo de choro e dor recomeçava. Às vezes, nem minha mãe aguentava ficar por perto. Ela morria de pena de mim.

Eu pensava: "Meu Deus eu só quero dormir e não consigo! Eu estou morta de cansada, cheia de dor e o meu bebê não pára de chorar! Isso nunca vai acabar? Minha vida era tão boa antes, será que não vou voltar a me divertir, a sair...?". Aí, dava uma choradinha no colo do meu marido e ele não entendia nada! rs. Perguntava o que eu queria que ele fizesse para amenizar meu sofrimento. Um amor! Me ninava e dizia: "Calma, amor! Vai passar, vai passar!".
E passou!
No próximo post, "Voltando a viver". rs

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Parto - Parte 2


Chegamos no hospital às 8h40. Fomos para a parte dos consultórios, mas meu médico não estava lá. Ele já estava lá na maternidade me esperando. Cheguei lá tranquilinha, cabelo molhado, óculos escuros... Meu médico pediu para a enfermeira me levar para uma sala onde ele iria me examinar. Nesse momento, eu comecei a conversar com a enfermeira:


Eu: "Ei, você sabe se aqui tem tomada?". rs.

Ela: "Mas para quê?".

Eu: "É que eu preciso secar meu cabelo". rs.

Ela: "Mas eu não tenho secador aqui!".

Eu: "Eu trouxe tudo. Só preciso de uma tomada".

Ela: #!*(%*# (traduzindo: "Eu hein, que garota maluca. Fala sério! Isso é hora de pensar no cabelo! )


Depois que o médico me examinou e disse que eu já ia ficar internada para ter o bebê, pedi para o Alessandro ligar para minha cunhada urgentemente.


Eu: "Amor, eu preciso de uma mulher aqui para secar meu cabelo. Por favor, liga para a Ana". rs

Ele: "Fala sério, amor. Tu tá pensando nisso agora?!".

Eu: "Amor, por favor, não questiona, faz isso para mim".


Rapidinho chegou a Ana. Ela estava ali por perto. Já estava no quarto me preparando, quando ela chegou e fui logo entregando o secador na mão dela. Começamos o serviço, mas toda hora tínhamos que parar, por causa das contrações que viam e iam. Quando a dor aliviava eu pedia: "Continua, Ana, vai". rsrsrsrs. Nesse meio tempo, chegou o rapaz para me levar na maca para o centro cirúrgico. Ele teve que esperar um pouquinho porque a escova não tava pronta.

rsrs.
Quando troquei de roupa e deitei na maca, a situação começou a ficar séria. As contrações foram aumentando, a dor também e a minha vontade de ter parto normal foi diminuindo. rs
No centro cirúrgico, amarelei, pedi ao médico: "Ai, doutor, vamos fazer cesárea!". Ele: "É ruim, hein, agora já era". rs. Mas ele me acalmou: "Eveline, são 10h, até 10h15 seu neném já nasceu". Fiquei mais sossegada sabendo ao certo quanto tempo iria durar a dor.

Mas, eis que a maravilha aconteceu. A anestesista aplicou a injeção, que não é uma anestesia e sim uma analgesia (mistura de algésico com um pouquinho de anestesia) e, depois da segunda dose, porque a primeira não pegou, eu fiquei sem dor!!! Isso mesmo!!! A dor sumiu! Foi embora! Finish! Maravilha pura! Estava ali, prestes a ganhar meu bebê, do lado do meu amor, acordada, consciente e sem dor! Ou seja, eu iria poder aproveitar toda aquela emoção sem sofrimento.

Não demorou muito para que o meu médico pedisse para eu fazer força. Fiz uma, duas e na terceira vez o Aharon nasceu (pausa para meus olhos cheis de lágrimas).
Ele saiu gritando, fazendo um escândalo... rsrs. Veio para os meus braços e, ao ouvir minha voz, se acalmou. Indescritível! Inesquecível! Impensável!

Fiquei me sentindo a mulher mais poderosa do mundo: Eu pari! De parto normal! Eu tenho um filho agora! Meu, todo meu (e do Alessandro também. hehehe)!
Ele foi para a sala ao lado para ser examinado e eu pedi para o Alessandro acompanhar tudo (ele, que estava todo emocionado, nervoso e feliz ao mesmo tempo! rs).

3,590kg, 49 cm. Branquinho, bochechudo e carequinha, como eu queria. rs.

A hora do nascimento foi 10h26.

Voltei para o quarto e no corredor encontrei a Ana e o Alessandro, babando pelo vidro do berçário. Ela disse que o Alessandro tava todo bobo e ela ficou falando: "Chora, Alessandro, pode chorar". Muita emoção, gente! Só de escrever começo a chorar!


Bem, no quarto, o serviço da Ana foi finalizado. rs. Chapinha no cabelo e maquiagem na mamãe para sumir com as olheiras. rs. A enfermeira entrou e tomou um susto: "Meus Deus! Você é uma grávida realmente bem diferente! Já tá toda bonitona aí. rs". E ficou rindo. E eu: "Pois é. Não quero que o Aharon se assuste quando me ver" rs.
O médico entrou e minha cunhada escondeu a chapinha. Ele, rindo: "É já tá ótima, né? Tá até fazendo chapinha!". rs. hehehehe.

No mesmo dia, visitas da família, flores, presentes e a primeira mamada...

No dia seguinte, de manhã, tive alta e voltei para a casa com meu menino no colo.

O lado cor de rosa acabava aí. rs

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Parto - Parte 1

Bem, vamos ao Dia D.

Eu estava entrando na 39ª semana naquele dia. Era uma sexta-feira. A data prevista para o meu parto, segundo meu médico, era dia 2 de dezembro (dia do meu aniversário de casamento), mas eu sempre soube que o Aharon viria antes. Quando as pessoas perguntavam: "Pra quando é?", eu respodia: "Depois do dia 20 de novembro".

Era dia 21 de novembro. Acordei às 6h para ir ao banheiro. Na volta para cama, comecei a sentir cólicas. Fiquei na minha. Às 7h, Alessandro acordou e eu pedi para que ele espereasse um pouco antes de sair para trabalhar porque já estava tendo cólicas há uma hora.

Ele tomou café e trouxe na cama para mim banana amassada (!!! Eu amoooo!!!), café com leite e um pãozinho francês com mateiga (amooooo muito tudo isso!). Nessa altura, comecei a monitorar a frequência das cólicas (na verdade, eram contrações, mas para mim, apenas cólicas). Estavam vindo de sete em sete minutos. Depois, de cinco em cinco. Por fim, de quatro em quatro. Então, decidi tomar banho (toda grávida cisma de tomar banho antes de ir ter neném. Por que será?).

A minha idéia era lavar os cabelos e fazer uma escova antes de ir para o hospital. Mas eis que no meio do banho, o líquido da bolsa começou a sair. Pedi para o Alessandro ligar para o médico. Ele começou a se desesperar (rsrsrs). O médico pediu para irmos ao hospital imediatamente. E, eu, pasmem, comecei a me desesperar ao perceber que não ia dar tempo de secar meu cabelo (! rs). Sério! Pensava: "Ah, não! Isso não! Cabelo horroroso logo no dia mais especial da minha vida é covardia"! rs.

Tinha imaginado tanto esse dia. A bolsa do bebê e a minha já estavam preparadas, o quartinho arrumado, a casa quase toda no esquema e justo o meu cabelo ia ficar horroroso? Como assim? Não ia querer olhar as fotos da maternidade nunca! rs.

Saí do chuveiro e enquanto estava me arrumando, a bolsa estorou de vez! O líquido, ploft!, caiu no chão e aí começou a parecer que o Alessandro é que iria parir! rs. Ele ficou nervosão! Comecei a orientá-lo: "Amor, coloca a mala do bebê no carro! A minha mala também! E, por favor, vai lá no banheiro e pega o secador, a escova de cabelo e a... chapinha!". O Alessandro: "O quê???". Eu: "Isso mesmo, amor. Não questiona. Por favor, vai lá, pega e coloca no carro". rs.

O kit todo no carro, fomos para a maternidade.


Meses depois...

Oi pessoal

Acho melhor pular a fase da gravidez. Aos poucos, a medida que achar interessante, relembro aqui alguma coisa da gestação. Quero mesmo é falar do pós-parto, que acho que muito pouco se fala e foi onde tive muitas surpresas.

Enfim! Vamos lá!

Bjnhs

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Positivo!

Eu e o Alessandro, meu marido, decidimos que estava na hora de termos nosso bebê. Após 7 anos curtindo nosso casamento, já tínhamos aproveitado bastante. Viagens, faculdade, pós-graduação, estabilidade emocional e financeira... Enfim! Estávamos prontos para embarcar nessa aventura. Parei de tomar a pílula e esperamos a visita da cegonha, mas sem neurose. Eu tinha planos para se ficasse grávida ou não. rs.
Em março de 2008, fizemos a viagem de nossas vidas: um tour por alguns países da Europa (França, Itália, Suiça, Alemanha, Inglaterra e uma passadinha por acidente na Áustria). Foi maravilhoso! De carro, percorremos lugares lindos e inacreditáveis.
Na ida, brinquei com o Alessandro: "Já imaginou se eu volto grávida?! Ia ser legal lembrar dessa viagem assim". Parecia uma profecia!
Lembro que no Dia D, em Veneza, na Itália, o Alessandro me disse: "Amor, hoje você ficou grávida e vai ser um menino". Achei que ele estava brincando (na verdade, fingi, porque ele falou com tanta certeza que eu acreditei mesmo! rs). Continuamos nosso tour sem "encanar" com a possibilidade. Seguimos para a Suiça, Alemanha, Inglaterra e, terminamos a viagem em Paris, na França.
De volta para casa, chegamos no Brasil numa sexta-feira. Minha menstruação era para vir no sábado. Esperei e... nada. Passou o domingo e... nada! rs. De noite, falei com o Alessandro: "Amor, olha só, está atrasada! rs. Vamos esperar até amanhã. Se não vier, fazemos o teste de farmácia na terça, pode ser?". Ele topou.
Aqui, quero abrir um parentêses. Tem muita gente que me pergunta se eu fiz alguma surpresa para o Alessandro, do tipo, pegar o resultado sem ele saber, comprar sapatinhos de bebê... Sei lá! Acho legal sim fazer surpresa. Mas eu e ele temos o costume de falar tudo um para o outro que eu não queria ficar com aquela ansiedade só para mim. Não achei que eu tinha esse direito (nem queria!). Eu queria compartilhar com ele tudo. Estando ou não grávida, entendem?!
Voltando a história... Na terça pela manhã, às 6h, acordei ele para ir comigo ao banheiro fazer o exame. Tirando todo malabarismo que é para fazer, coloquei a tirinha no potinho e esperamos cinco minutos sem olhar para o negócio. Lá,lá,lá. Os dois disfarçando a ansiedade. rs
Depois, pedi para ele conferir.

DUAS LISTINHAS !!!

POSITIVOOOOOOOOOOO!!!!

O Alessandro ainda ficou falando: "Mas tá clarinho". E eu: "Mas, amor, aqui tá dizendo que independente da coloração, se aparecer duas tirinhas é positivo!".
Liguei para o médico e marquei o exame de sangue para o mesmo dia. Fiz e tentamos nos distrair ao longo do dia (até parece que aquilo saia da minha cabeça!rs). À tarde voltamos para buscar o resultado. Os dois com aquela carinha que todo mundo percebia que tipo de exame tinha sido feito. rs.
Quando a moça me deu o resultado, agradeci (me controlando para não rasgar tudo ali na frente dela), dei as costas e sentei para abrir com o Alessandro.
Eu pensava que vinha escrito POSITIVO ou NEGATIVO. Na verdade, podia vim assim: "PARABÉNS! VOCÊ ESTÀ GRÁVIDA!". Que nada! Era um monte de taxas que eu e ele não entendíamos. E as moças do atendimento só olhando (acho que deve ser o tipo de resultado mais legal de se entregar, né? Elas estavam com aquelas caras de meninas apaixonadas, sabe? rs). Voltei e perguntei: "Moça, eu não tô entendendo!". Ela: "Você quer ou não estar grávida?". Eu: "Quero sim!". Então, ela me respondeu: "Parabéns! Você está".
Pausa para meus olhos que ficaram cheios de lágrimas agora. De verdade!
Arregalei os olhos, virei para o Alessandro, dei a mão, me controlando para não fazer escândalo ali (me arrependi! Acho que elas já estão acostumadas com esses escândalos de mãe!) Minha vontade era de pular, gritar...
Quando viramos na porta, fizemos a festa. Nos abraçamos, felizes, com os olhos marejados... parecia que não era verdade de tão bom. Que alegria! A gente se olhava e só ria um para o outro. Não falava nada. Só ria.